Nesse sentido, a figura de Maria, a mãe de Jesus, acabou sendo até “satanizada” pelos crentes, como se ela fosse culpada dos atos de religiosos que, por diversas razões e interesses, chegam ao absurdo de colocarem-na num patamar acima até do próprio Jesus.
Promovem-se eventos como procissões, romarias e cultos. Atribuíram-na os mais diversos nomes e títulos e multidões desavisadas são instadas a adorar aquela que é, nada mais nada menos, que a mulher escolhida por Deus para colocar em prática o Seu grandioso plano de salvação para a humanidade, que desde Adão se houvera perdido por causa do pecado da desobediência lá no Jardim do Éden.
Maria não é a heroína da Bíblia, mas, tampouco, é a vilã. Ela era apenas uma jovem temente ao Senhor, que estava para casar-se com José, quando foi surpreendida pelo anjo que a visitou para delegá-la a sublime missão de emprestar seu ventre para hospedar por nove meses aquela criança que seria o próprio Deus em forma de um ser humano, cujo nome se chamaria Jesus e teria a missão de resgatar a humanidade de seus pecados (“E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Mateus 1:21” ).
Maria demonstrou toda a sua submissão e temor a Deus, quando disse ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra”. Lucas 1:38
Ela sabia que o que fora gerado nela, pelo Espírito de Deus, não era propriedade sua, mas era sim alguém a quem ela mesma deveria reverenciar. Senão vejamos o episódio em que Jesus, ainda menino, se extraviou de sua família durante a festa da Páscoa, em Jerusalém (Lucas 2:46) e quando seus pais O encontraram quiseram repreendê-lo ao que Ele replicou que estava cuidando dos negócios de seu Pai Celestial.
Outro fato marcante encontramos no Evangelho de João, cap. 2, quando Jesus operou o seu primeiro milagre, transformando água e vinho, num casamento. Maria, ao ficar sabendo que o vinho da festa acabara foi ter com Jesus, informando-o do que estava acontecendo, entretanto, o Mestre, num primeiro momento, pareceu não se importar com isso, pois disse à sua mãe: “ainda não chegou a minha hora”, porém, Maria tinha a convicção que o seu Filho poderia dar uma solução para aquele problema e dirigiu-se aos mordomos da festa dizendo-lhes: “façam tudo o que Ele (Jesus) mandar”. Vimos claramente que Maria reverenciava o seu Filho. Ela sabia perfeitamente que Jesus não era uma pessoa comum. A mensagem do anjo que a visitou ficava cada vez mais evidente em sua mente: “O SEU NOME SE CHAMARÁ JESUS PORQUE ELE SALVARÁ O MUNDO DOS SEUS PECADOS.” Mateus 1:21
Se tivesse o poder que os religiosos lhe atribuem, teria ela mesma transformando a água em vinho lá no casamento e no episódio da crucificação de seu filho, certamente não teria permitido, porque qual a mãe que tendo poderes sobrenaturais, não impediria que tamanha barbárie se consumasse.
Abramos os olhos. Maria foi uma verdadeira serva de Deus, apenas isso. Uma mulher simples e humilde que soube muito bem ocupar o seu lugar de mãe, mas que nunca esqueceu que sua missão era somente esta: ser o instrumento utilizado por Deus para cumprir o seu propósito de salvação para todos os seres humanos.
Em tempo: Será que se Deus precisasse de uma Maria nos dias de hoje para executar outro plano de salvação como o de Jesus, encontraria moças aptas para tal missão?
Presbítero Hamilton Pereira
PAZ
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